E é assim, 2 meses depois que finalmente chega a parte final da grande aventura Omani. Os dois últimos dias de viagem foram também eles marcados por experiências únicas. Primeiro subimos as montanhas até ao planalto de Salma que se ergue a mais de 1380 metros acima do nível do mar. Lá depois de uma poeirenta viagem encontrámos os túmulos de Al-Jeela que apesar do nome mais fazem lembrar torres de vigia espalhados pelas montanhas. Estas edificações da idade do bronze são semelhantes a outras encontradas no norte do país, contudo ao contrário dessas, os túmulos de Al-Jeela não têm restos humanos.
Daqui seguimos para Majlis Al Jinn, literalmente “o local de encontro dos espíritos”, a gruta de Majlis Al Jinn é uma das maiores câmaras naturais do mundo, com 181 metros de profundidade do ponto mais alto ao chão da sala, 340 metros de comprimento e 225 de largura. Apesar de já ter recebido inúmeras visitas de escaladores e espeleólogos, o ministério do turismo de Oman ainda procura uma forma de abrir a gruta ao público de forma segura.
Regressando aos nossos veículos todo o terreno, foi hora de percorrer todos aqueles quilómetros ao longo das montanhas rochosas até à beira mar e de nos dirigirmos à dolina de Bihmma no parque Hawiyat Najm, o nome do parque significa queda de meteorito pois esta dolina parece-se com a cratera deixada por um qualquer corpo celeste, a apenas algumas centenas de metros do oceano Índico, o fundo da dolina está cheio de águas de cor turquesa. Uma escada desde a superfície até à linha de água permite o acesso a estas águas temperadas. De algumas plataformas nos rebordos há quem se divirta a fazer acrobáticos saltos para a água, mas apenas os mais aventureiros se atrevem a saltar do topo numa vertiginante queda de 20 metros.
Por se estar a fazer tarde e ainda faltar uma paragem, por decisão unânime decidiu-se saltar a última visita do dia e em vez disso dar um passeio até à vizinha praia de Fins onde tive direito à segunda grande experiência oceânica do ano, sendo que a primeira foi um revigorante banho em Janeiro na praia do Seixal na ilha da Madeira com a água numa temperatura de fazer inveja a qualquer praia algarvia durante o verão, desta vez calhou um banho em novembro no mar Índico em água morna como nunca pensei ser possível no oceano.
Retornando a Sur tivemos uma agradável noite após o jantar com o previlégio de poder celebrar o aniversário de um dos nossos colegas cavernosos, o amigo Hadi Nazari do Irão. O dia seguinte seria marcado pela despedida a este país tão caloroso. A manhã do último dia foi passada em viagem de regresso à capital Muscat onde depois de um belo e tradicional almoço recheado de fantásticos acepipes seguindo-se uma visita ao museu nacional onde mais uma vez para além da fantástica história do país e herança cultural, encontrei um segmento inteiro sobre a presença portuguesa no país incluindo modelos de uma nau e de uma caravela e um falconete proveniente de Macau. Para finalizar a experiência seguimos em autocarro panorâmico até à zona portuária onde pudemos visitar o Souk (mercado coberto) antes de dar uma volta de barco pela zona costeira da capital. O jantar foi servido a bordo tendo-se seguido os tradicionais discursos de agradecimento e despedida com o sentimento geral de gratidão pela experiência que nos foi proporcionada pelos nossos incansáveis anfitriões.