Continuando a aventura arábica, o passado dia 10, foi um daqueles raros dias, um dia para uma aventura especialmente fora do comum, o cavernoso decidiu fazer a experiência e meteu o despertador para as 5h40, sim isso mesmo, 5h40, tudo para ver o nascer do sol, que na receção do acampamento diziam ser às 5h55. À parte de apenas ter acontecido 1 hora após o indicado, valeu cada segundo a menos de sono, e como diz o amigo Marco nos EUA Sleeping is boring. Mais uma daquelas experiências dignas da bucket list.
Após o pequeno almoço, um olhar mais atento ao nosso acampamento para revelar dois cercados, um com uma pequena espécie de antílope e outra com órix que nos explicam ser animais extraordinários, pois ao contrário dos dromedários que têm que beber de vez em quanto, os órix extraem a grande maioria da sua água das folhas que comem e por consequência podem ficar mais de um ano sem uma gota de água.
Regressando aos veículos, era hora de descer as dunas e fazermo-nos à estrada, pelo caminho tempo ainda para uma curta paragem para ver os locais a divertirem-se a subir as dunas com jipes bem artilhados para o efeito.
Depois de sair do deserto e ainda numa região com algumas dunas mais pequenos, um dos guias explica que as dunas só se formam durante o inverno devido às correntes de ar, durante o verão, o deserto é relativamente plano. Pois bem, mais alguma brincadeira na areia e conseguimos atascar mais dois jipes, e foi hora de uma segunda sessão de ginásio entre o coletivo masculino para tirar o carro da areia.
Depois de abandonar de vez as areias escaldantes, fomos dar um pouco de ar nos pneus dos carros pois iriamos continuar a viajar em estrada em vez de areia, o destino Sur, a sudeste. Passando esta localidade costeira dirigimo-nos um pouco a norte em direção a Wadi Shaab, um desfiladeiro com um curso permanente de água cristalina a uma temperatura de fazer inveja a qualquer praia do caribe ou do Brasil.
À chegada a organização entregou-nos uma caixa com um almoço volante composto por hamas, panado de frango com batata assada, fruta, pão árabe e um qualquer doce impossível de identificar. O caminho para este wadi é todo ele uma aventura, 6kms de terreno árduo entre margem do leito do wadi, o próprio leito do wadi seco e enormes pedregulhos. Quando finalmente chegámos suávamos profusamente pelo que o belo banho refrescante era mesmo o que se precisava. Quase todos para dentro de água e nadámos uns 150 metros em lagoas e rio quase sem corrente mas com um chão de cascalho que dava uma revigorante massagem nos pés que se nós ocidentais parecíamos gatos a miar naquele cascalho, os locais pareciam que estavam a andar em areia normal.
O regresso mais uma vez aventuroso por aquele terreno duro valeu cada metro percorrido só pelo prazer que aquele banho trouxe.
Mais uma rápida viagem até ao hotel, tempo para tomar um duche rápido e em menos de 1 hora estávamos todos prontos para sair para uma viagem de mais 45 minutos até ao local do restaurante, no Ras Al Jinz Turtle Reserve, um espaço que serve simultaneamente de museu, restaurante e local de estudo de tartarugas marinhas que vêm a terra nas praias próximas para a desova.
Após o jantar, alguma expectativa juntamente com algumas dezenas de pessoas que se encontravam no local, contudo, a mãe natureza por vezes prega-nos estas partidas e após um anúncio da receção, descobrimos que os batedores na praia não avistaram nenhuma tartaruga pelo que não pudemos apreciar este espetáculo único na natureza em primeira mão. Ficou para a posteridade a foto junto ao modelo de uma das espécies de tartaruga marinha que procura estas águas para deixar os seus ovos que existia à saída do centro.